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História

Tem-se como certo que o primeiro cidadão a fixar residência em Areia Branca (nome primitivo de Quitandinha), foi Bento Dias de Morais. Por meio de pesquisas realizadas com antigos moradores da região, chegou-se à conclusão de que, quando tudo por aqui era sertão, uma família denominada Pretos, entre os quais Carolina Preto, viajando em rudes canoas, subiu o Rio da Várzea e adquiriu uma área de terras à margem direita do referido rio, onde fixou residência. Sua área de terras tinha como linha divisória o chamado Arroio da Campina, hoje próximo à funerária Santa Rita.

 

Em seguida, outra família, desta vez a família Branco, subindo também o Rio da Várzea, estabeleceu-se com seus pertences à margem direita do mesmo rio, tendo como linha divisória o Arroio do Turvo (hoje próximo ao poço artesiano que fornece água à nossa cidade). Vindo mais tarde Bento Dias de Morais, à procura de terras, verificou que entre os arroios da campina e do Turvo existia uma área de terras desocupada, justamente onde se situa hoje a sede do município de Quitandinha.

 

Bento Dias de Morais adquiriu para si essa área de terras onde construiu sua morada. Sabe-se, pelos moradores mais antigos, que o quinhão adquirido por Bento Dias de Morais era de 560 alqueires e que se situava entre o Rio da Várzea e o Rio Caí, hoje divisa com Mandirituba. Não se tem uma data certa para esses acontecimentos, porém, se deduz que datam de meados do século dezenove (1850).

 

Com a vinda destes primeiros, outras pessoas foram se instalando nessa região, formando-se assim o primeiro reduto de moradores. A localidade tomou o nome de Areia Branca, em razão da cor cristalina das areias deixadas nas margens do rio, por ocasião das cheias.

 

A necessidade de uma via de comunicação terrestre entre a província de São Pedro no Rio Grande do Sul e a província de São Paulo fez com que Cristóvão Pereira de Abreu, no ano de 1730, empreendesse a difícil tarefa de abrir uma picada na encosta ocidental da Serra do Mar que, partindo de Curitiba e passando por São José dos Pinhais, fosse atingir a zona de criação de gado no Rio Grande do Sul. Acontece que o traçado da estrada na mata cumpriu melhor os objetivos de interligação das duas províncias e o caminho de Cristóvão Pereira de Abreu perdeu o seu significado.

 

O município de Quitandinha está localizado entre os dois caminhos e, sem dúvida, os seus primeiros povoadores provieram da região da Lapa, cidade ou núcleo populacional mais próximo, tanto via terrestre como via fluvial pelo Rio da Várzea. Sabe-se que a Câmara Municipal de Vila do Príncipe solicitou a abertura de um caminho que ligasse aquele povoado à região de Areia Branca.

 

Conta a historiadora Silene do Amaral Di Lenna Esperandio, neta de Serafim Brabo, em seu primeiro livro Quem Somos? (pág. n° 14) que seu avô comprou, no quarteirão do Barro Branco, uma pequena propriedade que denominou São Gabriel e, aos poucos, foi comprando outras áreas, totalizando 500 alqueires. Serafim Ferreira de Oliveira e Silva, alcunhado de Serafim Brabo, comprou, em 1889, a fazenda Sant’Ana do Heval e ali fundou um engenho de beneficiamento de erva-mate (hoje a casa velha da Lagoa Verde). Serafim Brabo trabalhou com afinco na construção de estradas ligando Areia Branca a Curitiba. Paralelamente, Serafim Brabo construiu, com verbas imperiais, estradas que ligam a Lapa, Ponte Nova, Ribeirão Vermelho e Rio dos Patos. Serafim Brabo era o pai de Juca do Amaral, Vitor Ferreira do Amaral e Octávio Ferreira do Amaral, cidadãos de destaque na política paranaense.

Em 1880, foi feito, a pedido de Serafim Brabo, o primeiro alistamento eleitoral em areia Branca. Eram considerados eleitores quem possuísse renda superior a 200 mil réis. Poderia ser candidato eletivo quem tivesse renda comprovada de 400 mil réis. Em 02 de julho de 1902, pelo Decreto Estadual n° 243, criou-se o Distrito Policial de Areia Branca na Lapa, fixando também seus limites, que foram ratificados depois pelo Decreto n° 281 de 08 de agosto de 1902.

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